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Thursday, November 17, 2005

 

UM DIA NA CADEIA

Cadeia

Conto

Hildebrando Pafundi


Eu não era culpado de nada, mas estava preso. Tudo aconteceu quando... em um dia qualquer, por volta de quinze horas encontrava-me em um bar, bebendo cerveja. Era só cerveja. Juro! Era só cerveja!

Do nome do bar, sequer lembro. No entanto, recordo-me que nessa época eu trabalhava até quatorze horas e, antes de ir para casa, gostava de parar em algum bar para tomar cerveja. Naquele bar, porém, era a primeira vez.

De repente, sem saber de onde viera, a policia entrou e levou todos que se encontravam ali, independente do que estivessem fazendo: tomando alguma bebida, jogando sinuca ou apenas jogando conversa fora. Os únicos que se salvaram foram, o dono do boteco e o balconista.

Agora estava naquela cela mal cheirosa, junto com outros três homens que sequer conhecia, nem estavam no bar. O delegado de plantão, não sei porque motivo, colocou cada um dos que haviam sido presos no bar, em celas diferentes. Não sei o motivo, como também não sabia porquês estava preso.

Um dos meus colegas de cela, que parecia ser o líder do grupo, aproximou-se e me pediu um cigarro. A principio, minha idéia era oferecer-lhe apenas um, porém, pensando em conquistar confiança e comprar sua amizade, dei o maço inteiro e, incluí também o isqueiro. Argumentei, como desculpa para minha atitude que, aproveitaria essa oportunidade para deixar de fumar e, embora ainda não estivesse convicto, mas talvez parasse, também, de beber. Só tomo cerveja, como já disse anteriormente.

--Meu nome é Gilberto, disse ele, sem que eu houvesse perguntado.

Contou-me que aguardava julgamento por assalto a mão armada. Disse-me também haver simpatizado comigo. Aproveitou e apresentou os outros dois, contando-me que faziam parte da mesma quadrilha.

Já se passaram dez anos, mas lembro-me até hoje... Um deles me estendeu-me a mão e disse:

-- Prazer, José de Oliveira.

O outro estava arredio, não arredara o pé do canto em que se encostara, no entanto, sussurrou e acrescentou detalhes ao seu nome:

-- Paulo da Silva, mais conhecido como Paulão da Esquina.

É claro que os demais, também tinham apelidos. O José era o Zezinho da Vila e, o Gilberto, o Giba do Samba.

Criara-se um clima de amizade, porém, não revelei detalhes de minha vida. Não sabia por quanto tempo ficaria preso. Nunca fora preso antes, não sabia o que poderiam querer fazer comigo, naquela noite ou no dia seguinte mas, já ouvira falar que o novato, sempre acaba virando mulherzinha da turma.

O dia transcorreu sem maiores problemas e, com pouca conversa. A noite, no entanto, foi de cão. Tive pesadelos e sonhei que meus companheiros de cela haviam me condenado a morte. Acordei desesperado, transpirando e com taquicardia. Fiz uma promessa desesperada a mim mesmo: não beberia nunca mais, nem cerveja. Num gesto simultâneo um novo carcereiro abriu a cela e declarou que eu estava livre.

--O delegado pediu para soltá-lo e recomendou-lhe que pare de beber.

Antes que eu virasse as costas, para ir embora, sem me despedir dos antigos companheiros de cela, ainda acrescentou:

--Na próxima vez você ficará preso por uma semana ou mais.







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