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Tuesday, February 21, 2006

 

POR ONDE ANDARÁ MEU TIO SINÉSIO?

*Hildebrando Pafundi

Na verdade, o que vou contar agora ocorreu com meu Tio Sinésio, que morava vizinho à nossa casa, em uma cidade do interior de São Paulo. Embora tenha ocorrido há mais de quinze anos, ainda permanece em minha memória.
Aos quinze anos de idade eu era um adolescente muito curioso, metido a detetive, influenciado – quem sabe – pelos gibis. Os livros não eram minha paixão, achava-os chatos e cansativos; somente os lia quando era obrigado pela professora. Preferia as histórias em quadrinhos. Afortunadamente, com o passar do tempo, mudei de opinião; passei a ler livros, em especial os policiais, e não quis mais saber de gibis.
Esse meu tio era misterioso; estava casado com tia Laura, a irmã mais velha de meu pai, e não tinham filhos. Talvez fosse esse o motivo de sua falta de preocupação com a casa. Meu pai, ao contrário dele, tinha a responsabilidade de pagar as contas e colocar comida em casa para a família: minha mãe, sua mulher, e os filhos. Éramos três – dois meninos e uma menina – eu era o mais velho. Ele dois anos mais novo e ela três. Mas esses detalhes não são importantes agora.
O que realmente importa nessa história é que meu tio Sinésio às vezes desaparecia por um ou dois dias. Certa vez, chegamos a pensar que não voltaria mais, pois ausentou-se por uma semana.
Decidi então fazer o papel de detetive amador. Tentei segui-lo algumas vezes; no entanto, ele sempre me ludibriava. Durante aquela semana fiz minhas investigações, sem êxito.
Sem dar muitas explicações, como de praxe, ele voltou repentinamente. Disse que estava viajando a trabalho. Podia até ser verdade, mas minha tia achava que havia outra mulher na vida dele. Isso nunca ficou provado.
Porém, em um dia qualquer, ele desapareceu para sempre. Não tivemos mais noticias. Quem sabe tenha morrido tragicamente – assassinado pelo pai de alguma jovem ludibriada ou por algum marido traído ou ciumento; ou talvez assaltado e morto numa dessas viagens misteriosas. E os bandidos podiam muito bem ter levado também os documentos, e ele poderia ter sido sepultado como indigente.
A família toda – inclusive eu - procuramos nas delegacias de policia, nos hospitais e necrotérios. Colocamos inclusive anúncio no jornal e na rádio. Nem sinal de tio Sinésio. Muitos membros da família e amigos mais íntimos já o consideravam morto.
Minha tia Laura estava indignada. Nem tanto pelo desaparecimento do marido, que talvez nem amasse mais, mas pela ausência de noticias. Difícil não saber se era viúva ou mulher abandonada. Se meu tio Sinésio estivesse realmente morto, ela teria direito à pensão, bastava dar entrada nos papéis. Dirigiu-se à empresa onde ele trabalhava e para sua surpresa informaram que ele fora demitido por abandono do emprego. Faltara por mais de trinta dias sem qualquer justificativa. O sumiço ficou ainda mais misterioso, depois dessa revelação.
Hoje já estou com trinta anos de idade e trabalho no comércio. Minhas aspirações a detetive acabaram com os meus sucessivos fracassos de desvendar os temporários desaparecimentos meu tio Sinésio, até ele sumir definitivamente de nossas vidas.
Acredito que esta história teria final aterrorizante; não ficaria assim tão banal, se eu tivesse continuado e obtido êxito nas minhas fracassadas investigações...




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